Grandes empresas nacionais e internacionais com presença no Brasil, além de entidades setoriais, têm manifestando entendimento de que a transição para a economia de baixo carbono, com destaque à urgência de uma “agenda verde”, é fundamental para o país – e o mundo. A Conferência da ONU sobre Mudança Climática, COP26, iniciada dia 31 de outubro e que segue até 12 de novembro, em Glasgow, Escócia, reforça essa percepção. Nas palavras do secretário-geral da ONU, Antônio Guterres, aliás, o “vício em combustíveis fósseis está empurrando a humanidade para a beira do abismo”. Em razão disso, o financiamento de ações voltadas às energias renováveis se consolida como uma alternativa definitiva e necessária.
Largando na frente
Em Erechim, a Creral é exemplo de empresa que, há tempos, compreendeu os desafios deste novo tempo – e largou na frente, se posicionando de modo interessante no mercado. Para se ter uma ideia, a cooperativa deve chegar ao fim de 2021 com mais cinco usinas em operação, que juntas somam 26,25 MW de potência instalada. Localizadas nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, os empreendimentos representaram investimentos de 50 milhões. São duas usinas solares, em Iacanga/SP (com capacidade de 3,9 MWp, que deve entrar em funcionamento neste mês) e São Sepé/RS (3,45 MWp, com inauguração prevista para dezembro). Além delas, também em dezembro, devem começar a operar as Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs) de Bortoloso, em Videira-Iomerê/SC (1,6 MW); e de Ibicuí, em Campos Novos/SC (4,3 MW). A PCH Forquila IV, em Maximiliano de Almeida/RS já está funcionando e trabalha com capacidade de 13 MW.
2022 marcará novos investimentos em energia renovável
Conforme o presidente da Creral, Alderi do Prado, a cooperativa projeta novos – e pesados investimentos – em energia renovável para o próximo ano. Alderi antecipa que as ações devem gerar mais 14,28 MW, a partir de instalação de duas usinas solares, uma no RS e outra em SP (com 5,5 MWp no total); uma CGH em Videira/SC (3,78 MW); e uma Usina Termelétrica (UTE), em Capivari do Sul/RS (5 MW).
Além disso, a Creral deve avançar nos estudos de energia hídrica nos três estados do Sul e parques de energia eólica nos municípios de Santa Vitória do Palmar e Rosário do Sul. O total de investimentos em 2022 deve ficar em R$ 85 milhões. “Nossos passos são dados em sintonia com o que se discute hoje no mundo, gerar energia limpa e renovável pensando em sustentabilidade social, econômica e meio ambiente. Percebemos isso quando decidimos gerar energia há mais de 20 anos, e hoje cada vez mais as empresas estão procurando fornecedores com este viés”, observa Alderi.
Saiba mais
Pequena Central Hidrelétrica (PCH): usinas que usam a força e a pressão da água para gerar energia. Devem ter entre 5 e 30 megawatts de potência (quantidade de energia gerada por hora de funcionamento com a usina operando com capacidade máxima) e menos de 13 km² em área total de reservatório.
Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs): usinas hidrelétricas de tamanho e potência menores que as PCHs. De acordo com a classificação da Agência Nacional de Energia Elétrica, tais empreendimentos podem ter o potencial de gerar de 0 até 5MW de energia.
Usina Termelétrica (UTE): instalação de produção de energia elétrica a partir do aproveitamento da energia térmica obtida pela combustão de um combustível fóssil ou biomassa.
Usina Solar (US): central geradora elétrica que utiliza placas fotovoltaicas ou outras tecnologias para, de forma direta ou indireta, transformar a luz do sol em eletricidade e enviá-la aos centros urbanos por meio de linhas de transmissão.