Um novo caminho
08/07/2021 10:37 em Novidades

Não é exagero dizer que desde o início da pandemia da covid-19, a educação vem sendo uma das áreas mais prejudicadas. As aulas que aconteciam de forma presencial, precisaram ser interrompidas e adaptadas para o método remoto, por um longo período. Com isso, o ensino e aprendizagem de muitos estudantes, foi severamente afetado, principalmente se tratando dos alunos dos Anos Iniciais, que estão em processo de leitura e escrita, Terceiro Ano do Ensino Médio, que prestam vestibular e exames e os cursos universitários, onde muitas aulas são práticas.

Retorno adaptado

            O retorno presencial, que aconteceu neste ano, precisou ser adaptado, em todos os níveis e redes de ensino. Novos métodos, que unem ensino remoto e presencial, tem sido a grande saída para alunos e professores. Tais estratégias tem por objetivo dividir as turmas que excedem o número de alunos permitidos por núcleos de gabinetes de crise, evitando aglomerações.

Métodos

            Em Erechim, no Colégio Estadual Haidee Tedesco Reali, o retorno das aulas aconteceu de forma escalonada. Márcia Fátima Alves, diretora da escola, relata que, seguindo o calendário do estado, primeiramente frequentaram, os alunos dos Anos Iniciais, gradativamente o Ensino Fundamental, Ensino Médio e por ultimo Ensino Técnico. “No primeiro momento as turmas foram divididas em dois grupos, A e B. Uma semana os alunos do grupo A e na outra o B, sendo que os responsáveis tinham a opção do ensino presencial ou remoto, onde muito mantiveram os alunos no remoto”, explica.

            Hoje a instituição de ensino, trabalha com a modalidade 100% presencial, para turmas que possuem menor número de alunos, forma escalonada, totalmente remoto, e parcialmente presencial. “Os cursos técnicos subsequentes, como são turmas grandes, optamos por os alunos virem para a escola apenas nas aulas práticas, inicialmente, onde precisavam fazer o manuseio da máquina, isso para os cursos de elétrica e mecânica. No dia 21 de junho, optamos por atender todos no presencial, e a tarde para as aulas práticas, escalonado”, evidencia Márcia.

Dificuldades

            Conforme relatos da diretora, o colégio obteve grande dificuldade em trabalhar com os estudantes do Ensino Médio noturno. “Voltaram de forma escalonada, turmas pequenas, onde a capacidade comportava todo o grupo, no caso dos Primeiros Anos. Apesar de os pais terem assinado o termo, aos poucos foram mudando as opções dos estudantes”, salienta.

OLHO “Teve noites na escola, em que uma turma de 35 alunos, onde deveriam estar 15 presentes, haviam apenas 3”

            Márcia conta que a noite, a escola possui um empecilho maior, porque alguns estão trabalhando, apesar de estarem matriculados. “Percebemos que muitos estavam aproveitando as aulas remotas para fazer outra atividade. Quando voltou para o presencial, alguns desistiram para não abrir mão do trabalho. Hoje para poder comportar melhor e mudar a qualidade do ensino médio da noite, organizamos dois momentos para os estudantes. Os que optaram retornar presencial, frequentam uma semana e na outra, todos ficam em casa e acompanham as aulas por meio do meet”, reforça a educadora.

            Para os alunos do período diurno, a volta presencial foi de 95 %, de forma escalonada, com relação as turmas dos Anos Iniciais. Já para o Ensino Médio e Séries Finais do Fundamental, a porcentagem de participação é de 70% presencial. “Muitos pais tem insegurança de mandar os estudantes para a escola, e preferem manter no remoto. O problema é que alguns estão trabalhando e abandonam os estudos, ou tentam conciliar com as atividades da escola”, cita Márcia.

Consequências

            Por lei, todas as famílias possuem o direito de permanecerem com os estudantes no método remoto. Quando os responsáveis assinam o termo de compromisso, ficam cientes dos direitos e deveres, como fazer um acesso diário na plataforma online. “Os estudantes são monitorados, e quando não realizam os deveres, é semelhante à uma falta, precisam colocar as atividades em dia”, expõem a diretora. A ausência na plataforma, implica em NRA, (não realizou as atividades). Tendo cinco NRAS seguidos ou 10 intercalados, automaticamente o aluno é encaminhado para busca ativa, por meio do serviço de orientação, a escola localiza a família para atualizar a situação.

Avaliar é Tri

            Sobre a avaliação “Avaliar é Tri”, Márcia manifesta que a proposta de aferir o conhecimento dos discentes, trouxe a percepção de resistência dos pais para fazer a prova presencial, e mesmo após o Estado disponibilizar a opção de realizar em casa. “Alguns tiveram dificuldade para fazer online, e muitos não fizeram. Um exemplo de destaque, são os Segundos Anos, onde o registro de testes impressos foi superior a 92% de atividades realizadas, sendo os alunos que mais se destacaram nas provas”.

(OLHO) “Ressalto a importância da participação das famílias, onde a cobrança é maior e os pais são mais presentes”

Novos caminhos

            A diretora Márcia finaliza afirmando que, em sua opinião, o ensino remoto surgiu para complementar o presencial. “Acredito que daqui algum tempo possa não existir mais a necessidade de frequentar no presencial, pós pandemia, mas ressalto, essa é a minha opinião. O ensino online contribuiu muito, e facilita ao estudante que está no Ensino Médio e no mundo do trabalho, conciliar as duas atividades”, explana.

Interesse e criatividade  

Com relação a como manter o interesse dos alunos em meio a situações como esta, a profissional aponta que o grande diferencial é a criatividade do professor e diversidade das aulas. “Até então, aulas apenas teóricas eram consideradas interessantes, hoje precisam ser remodeladas. Com o acesso direto à internet, hoje o professor precisa usa-la a seu favor. Quanto mais criativa e inovadora for uma aula, o aluno terá uma contribuição maior. É difícil detalhar qual o segredo, vai de trabalhar a essência com o que desperta o interesse do estudante”, conclui.

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