Operação prende suspeitos de homicídio de adolescente na Terra Indígena de Cacique Doble
20/03/2024 14:41 em Região

Várias pessoas foram detidas em operação desencadeada pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (20), em Cacique Doble. A ação, que ocorreu na reserva indígena e também na cidade, teve como objetivo capturar suspeitos de envolvimento no assassinato de uma adolescente de 13 anos e na tentativa de homicídio de dois irmãos da vítima, no dia 4 de dezembro do ano passado.

Durante a operação, Menés (“Esclarecimento”), os agentes cumpriram 13 mandados de busca e apreensão, cinco mandados de prisão preventiva e seis de prisão temporária.

A ação buscou ainda a pacificação na Terra Indígena, que desde agosto de 2022 vive sob um conflito desencadeado devido a uma disputa pela liderança do local.

Cerca de 70 policiais federais, 60 integrantes do Batalhão de Choque da Brigada Militar e integrantes da Força Nacional participaram da operação.

“A deflagração da Operação Menés é uma reposta do estado para proteção da vida e da pacificação da comunidade indígena, vítima da violência estabelecida pelos grupos que brigam pelo poder na reserva”, informou a Polícia Federal.

Menés é considerado o primeiro dos Faraós, Rei do Alto Egito. Foi responsável pela unificação dos reinos do Vale do Rio Nilo – Alto Egito e Baixo Egito – por volta de 3200 a.C.

 

Homicídio

No último dia 4 de dezembro, indivíduos invadiram a residência da família de Paola Rodrigues, de 13 anos, e executaram a menina a tiros. Seus dois irmãos, de 15 e 23 anos, também foram feridos, mas sobreviveram.

 

Início do conflito

De acordo com o inquérito policial, em agosto de 2022, quatro pessoas foram baleadas na reserva e três líderes foram presos preventivamente, momento em que integrantes de um grupo opositor assumiu o poder, mas não foi aceito por apoiadores do cacicado anterior.

 

Outros crimes

Assim teve início um conflito que já resultou em três mortes e diversos feridos. No período, casas e carros foram incendiados e ações policiais resultaram em apreensões de armas, munições e prisões. No ano passado as aulas e os atendimentos no posto de saúde chegaram a ser suspensos por causa da violência e a Força Nacional permanece na reserva desde então, o que ajudado a manter a tranquilidade na área.

 

Por Alan Delfin Dias
Foto Polícia Federal

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