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Campanha atenta para cuidados da visão e prevenção à cegueira
Saúde
Publicado em 22/04/2022

Esse mês reforça o alerta à prevenção e combate à cegueira, por meio da campanha ‘Abril Marrom’. Nesse sentido, as sociedades brasileiras Oftalmologia, de Retina e Vítreo e de Diabetes, unem esforços para difundir informações e orientar a sociedade sobre doenças que podem acometer os olhos e, caso sejam detectadas preventivamente, evitam a perda irreversível da visão.

Segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 60% e 80% dos casos de cegueira no mundo são evitáveis. Por isso, antes de mais nada, essa campanha reforça a importância do diagnóstico precoce.

Cuidados que fazem a diferença

O oftalmologista Vinícius Vielmo Pereira, que atua no Instituto de Olhos Santa Luzia de Erechim, reforça a importância de uma atenção específica à saúde ocular, a qual deve começar cedo. “Os indicadores atuais, tanto no País como na região, sinalizam dados alarmantes e é possível reverter esse quadro. Ainda pela OMS, em torno de 2,2 bilhões de pessoas no mundo têm algum tipo de deficiência visual. No Brasil, pelo IBGE, percebemos que cerca de 35% das pessoas estão com um pouco de deficiência visual”, destaca o especialista, ao mencionar que, entre os fatores envolvidos está a dificuldade de acesso aos oftalmologistas em muitos países subdesenvolvidos, além de questões relacionadas ao envelhecimento da população, o que pode aumentar a incidência de catarata, glaucoma e outras doenças. “Além disso, a mudança de estilo de vida deve ser considerada, pois hoje em dia as crianças utilizam tablets e celulares desde cedo. Com isso, percebemos um aumento expressivo no número de casos de miopia nessa faixa etária”, acrescenta.

A campanha

Com o propósito de melhorar esse cenário, foi criada a campanha ‘Abril Marrom’, que surgiu em 2016 com o ex-presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, professor doutor Suel Abujamra. O mês foi escolhido pois em 08/04 é comemorado o Dia Nacional do Braile e a cor marrom se refere à predominância da cor da íris dos brasileiros.

Principais doenças que podem levar à perda de visão

De acordo com Vinícius, entre as principais doenças que podem levar à perda expressiva de visão está a catarata, a qual geralmente é diagnósticada a partir dos 65 anos. “É uma forma de cegueira evitável, sendo que, por meio da cirurgia é possível resolver o problema rapidamente”, salienta.

Outro problema comum, pontua o oftalmologista, é a Doença Macular relacionada à idade, como o próprio nome diz, acomete pacientes mais idosos e atinge a parte central da visão.

O glaucoma – pressão alta do olho que causa problemas ao nervo ótico - também pode ser evitado. “É uma doença difícil de ser diagnosticada no início, sendo que o paciente perde a visão aos poucos. Por isso é essencial manter as consultas de rotina que podem contribuir no diagnóstico precoce”, frisa.

Outra situação se refere ao erro refrativo, por exemplo, a alta miopia ou hipermetropia. Isso pode ser corrigido com óculos ou lente de contato.

Nem sempre há sintomas

O médico reitera que, muitas doenças, se forem considerados os sintomas, os diagnósticos podem ser tardios. Um exemplo são os pacientes diabéticos, que, dependendo do quadro, apresentam danos oculares tardiamente. “Quando o paciente perceber a dificuldade visual pode ser tarde. Contudo, na consulta é possível identificar alterações mais cedo e tratar, evitando uma das causas de cegueira que é a Retinopatia Diabética”, explica Vinícius.

O mesmo refere-se ao glaucoma, que demora para apresentar sintomas, vai tirando aos poucos a visão periférica, deixando uma visão “em túnel”. “Se diagnósticado precocemente, é possível fazer o uso de colírio e controlar a pressão do olho, prevenindo complicações”, enfatiza.

Avanços na Oftalmologia

A Oftalmologia é uma das áreas da Medicina diretamente relacionadas às tecnologias e elas servem como suporte para diversos procedimentos. “A área evoluiu muito nos últimos anos, tanto que, a especialidade foi a primeira a fazer uso do laser e hoje é utilizado para cirurgia refrativa (correção de grau em casos de miopia, hipermetropia, astigmatismo) – uma cirurgia muito rápida, praticamente sem cortes -, além de tratamento da retinopatia diabética. Vale ressaltar, ainda, que a cirurgia da catarata passou por uma revolução muito significativa nas últimas décadas. A partir dos anos 90, evoluiu muito a técnica da cirurgia, o que possibilita mais agilidade no tempo de recuperação, mantendo a segurança e garantindo a qualidade da saúde visual”, relata o  médico do Instituto de Olhos Santa Luzia.

Dicas do especialista!

* Um alerta aos pais, sendo que estamos vivenciando uma “epidemia” de miopia em todo o mundo, principalmente em razão do uso por tempo prolongado de telas, especialmente celulares e tablets: façam a primeira consulta das crianças cedo para que, se diagnosticada uma doença, possa ser conduzido o tratamento. Hoje em dia há técnicas em que é possível prevenir a evolução da miopia com uso de colírios e até mesmo, lentes, para fazer esse controle.

* Aos pacientes mais idosos, é essencial manter as consultas de rotina, devido, principalmente, todas essas doenças citadas acima, que são mais prevalentes numa faixa etária mais avançada, inclusive a catarata. Por vezes o paciente sofre por anos com uma baixa de visão e é possível resolver com uma cirurgia que demora, em média, 20 a 30 minutos. 

* Durante a pandemia percebemos uma diminuição expressiva nas consultas. Agora, muitas pessoas estão retornando e, em muitos casos, as doenças estão mais avançadas.

Desse modo, vale frisar que é imprescindível o cuidado e a consulta anual com o oftalmologista.

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